Pages

segunda-feira, 7 de março de 2011

Maconha - Parte 2

Por quê é proibido?
    "O corpo esmagado da menina jazia espalhado na calçada um dia depois de mergulhar do quinto andar de um prédio de apartamentos em Chicago. Todos disseram que ela tinha se suicidado, mas, na verdade, foi homicídio. O assassino foi um narcótico conhecido na América como marijuana e na história como haxixe. Usado na forma de cigarros, ele é uma novidade nos Estados Unidos e é tão perigoso quanto uma cascavel." Começa assim a matéria "Marijuana: assassina de jovens", publicada em 1937 na revista American Magazine. A cena nunca aconteceu. O texto era assinado por um funcionário do governo cujo o nome não pode ser revelado. Se a maconha, hoje, é ilegal em praticamente todo o mundo, não é exagero dizer que o maior responsável foi ele.       A proibição é bem uma questão de preconceito.
       Nas primeiras décadas do século XX, a maconha era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos.  Aqui no Brasil era considerada 'coisa de negro' (preconceito) pois eles usavam-na em rituais de candomblé onde eles acreditavam que facilitava a incorporação de espíritos e assim ficava mau vista pelos 'brancos' que acabaram por condena-la. Nos EUA eram os mexicanos quem as usava, e estes eram conhecidos por não possuirem emprego eram mau vistos pela sociedade. Então a fama da maconha ser utilizada somente por classes marginalizadas se espalhou e não agradou classe média e alta branca que criou antipatia por esta.
       Pouca gente sabia, entretanto, que a mesma planta que fornecia fumo às classes baixas tinha enorme importância econômica. Dezenas de remédios - de xaropes para tosse a pílulas para dormir - continham cannabis. Quase toda a produção de papel usava como matéria-prima a fibra do cânhamo, retirada do caule do pé de maconha. A indústria de tecidos também dependia da cannabis - o tecido de cânhamo era muito difundido, especialmente para fazer cordas, velas de barco, redes de pesca e outros produtos que exigissem um material muito resistente. A Ford estava desenvolvendo combustíveis e plásticos feitos a partir do óleo da semente de maconha. As plantações de cânhamo tomavam áreas imensas na Europa e nos Estados Unidos.
     Seria um empurrão considerável para a nascente indústria de sintéticos se as imensas lavouras de cannabis fossem destruídas, tirando a fibra do cânhamo e o óleo da semente do mercado. "A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon", afirma o jurista Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes e ex-secretário nacional antidrogas.
    Mas até ai a principal pergunta não foi respondida:
    A maconha realmente faz mal a saúde?

Continua na próxima

0 comentários:

Postar um comentário